quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Amiss - Tão pequeno, tão frágil e tão, tão sofrido.

Abandonado na estrada, perto da irmã que sucumbiu após ter sido atropelada, sozinho, faminto, assustado, ele nunca deixou de ser meigo.
O Amiss (chamemos-lhe assim por enquanto) foi deixado à sua mercê com a sua igualmente indefesa irmã. Ele viu a sua irmã a sucumbir, para dias depois, ser ele o atingido.


Esta bola de pêlo preto, que provavelmente nem devem estar a reparar, devido à estonteante pata pobre e inchada (na foto), foi atingido por um carro que lhe passou por cima da coxa e da cauda. O Amiss, foi encontrado na segunda-feira, não vos falamos dele, porque foram precisos 3 dias para determinar se ele conseguia controlar as suas necessidades. Foram precisos esses 3 dias para ele comer, tornar a colocar as suas gengivas rosadas, miar, e voltar a cheirar a gato - não a um naco de carne podre.
Encontramos este pequeno, quando ele finalmente – levado por alguma força, ou pelo desespero de quem já não comia nem sossegava á dias – se levantou e dirigiu a um casal que estava perto dele. Só estávamos de passagem, mas algo nos chamou para aquele pequeno muro, depois para aquela mancha negra que procurava alento.
Dizem que ao trabalharmos com animais, ao olhá-los nos olhos de igual para igual, nos tornamos sensíveis. Foi isso que se passou quando encontramos o Amiss, sentimos o seu pedido de ajuda, olhamos e quase podemos jurar que sentimos a sua dor. Tão pequeno, tão frágil e tão, tão sofrido.
O casal ao qual ele pedia ajuda, olhava-o com pena, mas com indiferença e algum repúdio, mas nós vimos ao primeiro toque um gato ronronante, sim… porque ele estava a ronronar!
Mais uma corrida para a clínica veterinária, e depois vieram as más notícias: a pata estava completamente irreparável, apenas se mantinha junta pelo músculo que ainda se encontrava minimamente são, e pior, a cauda não tinha movimento, e tudo indicava que o Amiss não conseguisse conter as suas fezes e urina.
Decidimos esperar. Se efectivamente tais músculos tivessem sido afectados, o Amiss nunca iria ter qualidade de vida, e não nos restaria outra hipótese…

Hoje, recebemos a notícia que o Amiss utiliza normalmente a areia e, portanto, irá ser realizada uma operação para remoção da pata e da ainda inanimada cauda. Não poderíamos estar mais contentes com a notícia, no entanto, precisamos da sua ajuda, pois tal operação irá agravar as nossas despesas que rondam perto de 500€ mensais.
Todos os cêntimos contam!
Ajude-nos a ajudar mais este pequeno lutador!

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